Hipnose

HIPNOSE - O QUE É E COMO FUNCIONA

 

 

 

Alguém disse que há tantas definições de Hipnose quantos são os praticantes.

Contudo, numa perspectiva que se pretende práctica, gostaria de referir duas ou três que parecem ser mais informativas:

  “ A Hipnose é o ultrapassar do factor crítico da mente e o estabelecimento de um modo de pensar selectivo” - Dave Elman Hypnotherapy”, pg. 26, 1964;

ou, para aqueles que preferem uma coisa mais fácil de lembrar: "Toda a Hipnose é uma perda da multiplicidade do foco da atenção" - Milton Erickson, Experiencing Hypnosis”, pg. 187, 1981.

 Geoge Kappas (2009), Ph.D., afirma, utilizando uma definição extensa, que “a Hipnose é criada por uma sobrecarga de unidades de mensagem de informação (message units) que desorganizam os processos inibitórios da mente (factor crítico da mente), despoletando o mecanismo de luta ou fuga e criando um estado de sugestibilidade que providencia o acesso à mente subconsciente.”

 Há quem garanta que a hipnose pura e simplesmente não existe, ou, pelo menos, que não há nenhum estado especial em que as pessoas são super sugestionáveis. Os que sustentam esta linha, como por exemplo Nathan Thomas (https://keystothemind.com/about-keys-to-the-mind/), um jovem guru neozelandês, afirmam que a hipnose é simplesmente um processo de influência da mente subconsciente, um meio de “comunicação efectiva”.

Sendo a hipnose um mistério pode‐se dizer contudo, que há um consenso à sua volta: “Sabe‐se que funciona, mas não como funciona”. À luz de uma compreensão mais actual em termos científicos, pensa-se que desempenha um papel importante na programação do comportamento instintivo do ser humano.

A hipnose está intimamente conectada ao movimento REM dos olhos (Rapid Eye Movement) que ocorre durante o sono. Quando se sonha a imaginação produz imagens vívidas e realistas, sons, cheiros, sabores e sensações físicas. De facto, o sonho é o mais profundo dos transes hipnóticos.

É frequente, e mesmo uma característica típica de um estado profundo de hipnose, o aparecimento do movimento rápido dos olhos, ou seja, do estado REM (Rapid Eye Movement) nas pessoas hipnotizadas. O estado REM instintivo pode ser acedido fora do período de sono.

Como a imaginação está ligada de perto aos instintos, o corpo não distingue entre a realidade e a imaginação (por exemplo, o aumento dos batimentos cardíacos pode acontecer só pelo pensamento de uma situação aterradora imaginária).

Os estados REM acordados podem acontecer espontaneamente em situações de choque (num acidente de carro, por exemplo, as coisas podem acontecer em slow motion; o tempo parece andar mais devagar). Nesse processo, o cérebro pode ser reprogramado instantaneamente para recear os carros no futuro.

Atendendo ao que foi dito pode‐se afirmar que a experiência humana é baseada e muito em processos inconscientes semelhantes (de programação da mente), ainda que não sejam tão dramáticos como o apresentado. Uma vez programada, a resposta a um determinado estímulo externo torna‐se automática.

 

                                                                                                                                              (continua...)