Hipnose, continuação

(Hipnose ...continuação)

 

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 O tipo de programação atrás referido é feito principalmente na base da repetição e da associação (por exemplo, aprender a andar, a conduzir, etc.) e localizado na mente inconsciente. Grande parte das actividades humanas desenvolve‐se a partir de condicionamentos deste tipo.

 Contudo, como já foi referido a propósito do acidente de carro, as situações de “choque” podem provocar reprogramação instantânea da mente. É nestes contextos que surgem as fobias, que são basicamente o temor ou aversão exagerada a situações, objetos, animais ou lugares.

 A hipnose envolve, mais do que qualquer outra coisa, mudanças na atenção e na concentração,  e essa é a sua principal característica. O foco da atenção é estreitado e limitado a um só pensamento, ou a uma fileira de pensamentos sobre o mesmo tema, enquanto os assuntos trazidos à mente são experienciados mais intensamente do que habitualmente.

 Podemos comparar este "estado" a uma sala escura sem janelas e em que se procura algo à volta ligando uma lanterna. Aquilo em que uma pessoa hipnotizada se concentra mobiliza toda a atenção e tende a ser experimentado, percebido, imaginado ou vivido mais clara e vividamente do que habitualmente. Ao mesmo tempo, as coisas que se encontram na periferia da atenção tendem a ser lembradas com dificuldade ou mesmo esquecidas.

 A existência destes indicadores permitem-nos afirmar com segurança, que muitas das situações diárias por que passamos são, verdadeiramente, de Hipnose. Refiro-me àqueles momentos de concentração como quando estamos a sonhar acordados, ou concentrados num bom livro ou num filme, ou situações similares. Podem não ser hipnose pura e dura, mas estados hipnoides (antecâmara da hipnose).

Qual a diferença entre essas situações e um estado de sonambulismo hipnótico? Apenas uma questão de vibração das frequências cerebrais. Se o "sonhar acordado" é uma forma ligeira de Hipnose (com o cérebro em frequência Alfa - 7 ou 8 a 12 ou 13 ciclos por segundo), já os estados mais profundos não serão mais do uma mudança para frequências Theta de 4 a 7 ciclos por segundo, equivalentes ao sono R.E.M, ou frequências Delta, de 0,1 a 4 ciclos por segundo, sendo este último o nível da inconsciência, equivalente ao sono profundo.   

 Um outro aspecto importante observável na Hipnose é o fenómeno da dissociação, uma sensação de que tudo acontece a "uma outra pessoa", ou seja, de que o sujeito se vê nas situações ou eventos como observador. Por exemplo, se lhe for pedido para levantar a mão e o braço, sentirá que eles não lhe "pertencem", já que tudo acontece sem esforço nem decisão consciente aparentes. Esta "automatização" é considerada por muitos a marca d'água da verdadeira experiência hipnótica.     

 Na perspectiva desse grande divulgador da hipnose que foi Dave Elman, há três requisitos básicos para que alguém possa ser hipnotizado:

  1. Consentimento do sujeito;
  2. Uma correcta comunicação entre o operador e o sujeito;
  3. Libertação de medos ou receios (de qualquer tipo), em especial da relutância em confiar no operador.

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